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21 de fevereiro de 2010
Verdades inconvenientes no Brasil do “faz de conta” – Kristhian Heluy Gomes*
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http://www.ternuma.com.br/gpaim1001.htm
A corrupção sempre esteve presente em nossa sociedade — talvez seja o traço mais representativo do caráter do brasileiro. Entretanto, passados 25 anos do fim da ditadura militar, mesmo com toda a liberdade de imprensa hoje existente e a enorme massa de intelectuais e comunicadores de esquerda atuando na mídia e no sistema educacional, nunca conseguiram encontrar ou, pelo menos, divulgar casos de enriquecimento ilícito por parte dos militares que compunham o governo. Não consigo lembrar-me de qualquer dos generais-presidentes que tenha enriquecido durante o regime militar: João Batista Figueiredo, por exemplo, morreu passando dificuldades financeiras.
Por outro lado, posso listar diversos civis que se locupletaram durante a ditadura e que continuam enriquecendo até hoje, muitos no governo do PT: Roberto Marinho, José Sarney, Jader Barbalho, Paulo Maluf, Edemar Cid Ferreira, ACM, Michel Temer, Renan Calheiros, Édson Lobão, Fernando Sarney, Odebrecht, Andrade Gutierrez, entre muitos outros políticos, empreiteiros e banqueiros que aí estão garantindo a “governabilidade” do Presidente Lula.
Quanto às liberdades restringidas pelo regime militar, gostaria de fazer uma analogia boba: se tivesse um cão de estimação doente de raiva, furioso, agressivo e na iminência de atacar os demais membros de minha família, primeiro, iria amarrá-lo, amordaçá-lo e isolá-lo — garantindo a segurança —, para, só então, medicá-lo e tratá-lo, até que, com a evolução do tratamento, pudesse ser novamente solto. É como vejo o processo de restrição das liberdades individuais durante a ditadura militar instalada no Brasil.
Desde a década de 1930, a exemplo de Luís Carlos Prestes e outros, os partidários do comunismo vinham tentando tomar o poder na América Latina, para transformá-la num satélite da União Soviética. No fim da década de 1950, os “camaradas” começaram a radicalizar a “luta revolucionária”, criando e aperfeiçoando células de guerrilha em todo o continente: Cuba, Brasil, Chile, Argentina, Bolívia etc. Tudo com o único objetivo de INSTALAR DITADURAS COMUNISTAS, por meio das idéias de “guerrilha” — muito difundida por Che Guevara e Carlos Marighella — e “subversão” — amplamente propalada pelos soviéticos a partir dos ensinamentos de Sun Tzu em A arte da guerra. Isso foi muito antes do “Golpe Militar de 1964”.
Alguns dos guerrilheiros/terroristas de esquerda admitem que o objetivo deles era a implantação de ditaduras comunistas, como confessaram, por exemplo, José Anselmo dos Santos (o “Cabo Anselmo”, da VPR) — líder da Revolta dos Marinheiros, de 1964, em entrevista ao Canal Livre/Band de 30.08.2009 — e Daniel Aarão dos Reis Filho (Aarão Reis, da Dissidência da Guanabara) — em declaração à Folha de S.Paulo de 23.09.2001 (grifei):
“Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 nós (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática”.
(Vide http://flanelapaulistana.com/?tag=carlos-marighella-cidadao-paulistano ).
Os militares tomaram o poder em 1964, quando os ideais comunistas já estavam suficientemente avançados no país para propiciar a transformação do Brasil numa nova Cuba, inclusive o então Presidente, João Goulart, era bem afeito ao comunismo, ligado ao PCB e ao PSB, já havendo entre nós diversos grupos de esquerda partidários da “luta armada”. Mas o curioso é que o recrudescimento da ditadura aconteceu de modo gradual, à proporção que os grupos guerrilheiros intensificavam suas ações terroristas e subversivas, introduzindo e desenvolvendo no Brasil modalidades criminosas como explosão de bombas (principalmente contra prédios públicos), assaltos a bancos, carros-fortes e supermercados, seqüestros, julgamentos e execuções sumários — chamados de “justiçamentos”.
Veja-se que o Ato Institucional n. 5, o temido AI-5, só foi baixado em dezembro de 1968, portanto, quase 5 (cinco) anos após o início do regime. Os Destacamentos de Operação e Informação (DOI/CODI), órgãos centralizadores das investigações e da luta contra-revolucionária, só foram criados no início da década de 1970, após inúmeros atentados praticados pela esquerda, que avançava rapidamente, graças às técnicas guerrilheiras aprendidas em Cuba, e sintetizadas por Marighella em seu violentíssimo Minimanual do Guerrilheiro Urbano. Antes, a descentralização dificultava a obtenção e o processamento das informações pelos órgãos de segurança, comprometendo a eficiência da luta contra o terrorismo.
Não dava para combater a guerrilha deixando tudo como era antes, todo mundo podendo dizer e fazer o que bem entendesse. Os guerrilheiros eram terroristas que se infiltravam na sociedade, camuflavam-se de cidadãos comuns, professores, estudantes, médicos, advogados, jornalistas etc. Eles não usavam farda, agiam na clandestinidade, difundiam a subversão — no sentido soviético da palavra —, praticavam panfletagem armada, lançando manifestos ao ar durante os atos de terrorismo, mas sempre tiveram a simpatia de setores da mídia, das artes e da educação, porque os “quadros” (componentes dos grupos guerrilheiros) eram “jovens inocentes e indefesos lutando contra a ditadura”.
De qualquer modo, comparado com as ditaduras comunistas do mundo todo e as de direita implantadas na América do Sul, o regime militar instalado no Brasil entre 1964 e 1984 foi o mais brando de todos:
I) ainda que sob censura, havia no país diversos jornais e revistas particulares em funcionamento, enquanto nos países comunistas a imprensa era/é estatal, como ocorre em Cuba (onde só circula o jornal Granma), na China, na Rússia e no leste europeu (países em que até a pregação do Evangelho de Jesus Cristo era/é proibida);
II) os brasileiros não foram proibidos de exercer sua liberdade de culto religioso, não havendo interferência estatal nos ritos católicos, protestantes, umbandistas, espíritas, budistas etc., ao contrário do que houve nas ditaduras comunistas, para as quais, por influência de Marx, “a religião é o ópio do povo”;
III) não houve perseguição por causa de “opção sexual”. Isso não ocorreu durante a ditadura militar brasileira. Casos de preconceito contra gays, negros, pobres e nordestinos sempre existiram no Brasil, não se podendo dizer que os militares os tenham incentivado. Pelo que sei, à exceção dos homossexuais, que não são, mesmo, aceitos pelas corporações militares, as Forças Armadas são a mais heterogênea e democrática instituição do Brasil, pois, os “milicos” foram os primeiros a aceitar lideranças de todas as etnias, regiões geográficas, religiões e classes sociais, não havendo qualquer distinção interna quanto a esse aspecto. Tanto que, entre os generais que comandaram o regime militar, houve mulatos, brancos, pardos, nordestinos, sulistas, católicos, protestantes, descendentes de europeus, de índios, originários de famílias ricas e tradicionais, e outros de classe média e de famílias pobres. Nas Forças Armadas prevalece a regra do mérito pessoal.
IV) a ação do militares brasileiros foi focada no combate aos guerrilheiros e terroristas, sendo raríssimos os casos de civis inocentes mortos pela ditadura. Foram mortos aproximadamente 300 (trezentos) guerrilheiros/terroristas — comprovadamente envolvidos com os movimentos armados — e muitos presos políticos foram banidos (portanto, permaneceram vivos), anistiados, absolvidos e os que eram considerados menos perigosos foram devolvidos a seus familiares, principalmente as jovens guerrilheiras, que eram aliciadas pelos subversivos ainda com 17/18 anos de idade. De modo contrário, os comunas “tocaram o horror”: China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil). E mais: só em Cuba foram mortos 15.000 civis desarmados, sendo 600 só nos primeiros 5 meses de regime comunista, tendo sido exilados mais de 2.000.000 (dois milhões) de pessoas;
V) bem ou mal, durante a ditadura militar havia pluripartidarismo no Brasil, ao passo que nos países comunistas só existia/existe um partido: o Comunista;
VI) os militares brasileiros só ficaram no poder por 20 (vinte) anos, diferentemente de Rússia, Cuba, China, Coréia do Norte e outros, cujas ditaduras duraram/duram mais de 50 (cinqüenta) anos;
VII) no Brasil, a abertura política foi promovida pelos próprios ditadores, sendo que, desde o fim da década de 1970, os militares começaram a efetivar a transição para o regime dito “democrático”, oportunidade em que houve a anistia de presos políticos, com seu retorno do exílio, a proliferação de sindicatos e criação/recriação de partidos de esquerda, como o PT e outros. Os “milicos” promoveram a abertura porque quiseram, pois quem tem as armas dita as regras.
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