quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ibovespa desaba 730 pontos em 35 minutos após aprofundamento da crise do Deutsche Bank.

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Ibovespa desaba 730 pontos em 35 minutos após aprofundamento da crise do Deutsche Bank Hedge funds globais começam a tirar dinheiro do banco alemão preocupados com a saúde do sistema financeiro europeu POR RICARDO BOMFIM 29 set, 2016 14h48 SÃO PAULO - O Ibovespa desaba nesta quinta-feira (29) pressionado por bancos e seguindo as bolsas norte-americanas. Os índices Dow Jones e S&P 500 passaram a recuar perto de 1% logo após uma notícia da Bloomberg reportando que 10 hedge funds internacionais estavam reduzindo as exposições deles ao Deutsche Bank. Às 14h48 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira desabava 1,39% a 58.528 pontos. De acordo com a reportagem, embora a maioria dos clientes do Deutsche não tenha feito qualquer mudança, alguns fundos que usam o serviço de corretagem prime do banco transferiram parte de suas particiações em derivativos listados para outras empresas esta semana. A Bloomberg diz que obteve essa informação combase em um documento interno do banco.  Segundo o economista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a queda não é apenas pela dificuldade do Deutsche em si, mas parece ter relação com as preocupações do mundo todo com a saúde financeira dos bancos alemães. Depois do Deutsche Bank, o Commerzbank, segundo maior banco alemão, anunciou hoje corte de 9.600 empregos e suspensão do pagamento de dividendos. O anúncio elevou as preocupações com o sistema bancário na Europa. Mais cedo, o Ministério das Finanças alemão negou reportagem publicada pelo semanário "Die Zeit" que afirmava que o governo alemão e autoridades financeiras estavam trabalhando em possíveis medidas para permitir que o Deutsche Bank venda ativos para outros bancos, o que reforçaria as finanças do banco em dificuldade. As ações do Deutsche despencam 7% no after-market da Europa. Antes das preocupações com o banco alemão, uma série de eventos trazia volatilidade para o mercado brasileiro. Confira: Acordo da Opep Ontem, a organização informou que vai reduzir a produção de 33,2 milhões de barris por dia para um intervalo entre 32,5 milhões e 33 milhões diários. Após a notícia, os contratos dispararam mais de 5%, atingindo a maior valorização diária desde abril. De acordo com o Goldman Sachs, o corte na produção poderá elevar o preço do petróleo em até $10, mas o banco, assim como outros analistas, está cético quanto a implementação da medida. Este foi o primeiro corte anunciado de produção em 8 anos. A decisão da OPEP ao menos indica um piso no preço do petróleo. Para alguns especialistas, sem um acordo da Opep, a tendência era de os preços atingirem US$ 40,00 ou até furarem esse patamar. Hoje, o petróleo WTI (West Texas Intermediate) sobe 1,51% a US$ 47,76 o barril, enquanto o contrato futuro para dezembro do barril do Brent avança 1,02% a US$ 49,74. PIB dos EUA No segundo trimestre de 2016, a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos foi de 1,4% na comparação anual, de acordo com o dado final divulgado nesta quinta-feira. O número veio acima da mediana das expectativas do mercado, que eram de que o crescimento fosse de 1,3% segundo o consenso da Bloomberg. A segunda prévia havia apontado que o crescimento anualizado tinha sido de 1,1%, enquanto a primeira tinha mostrado um avanço de 1,2%. Discurso do BoJ O presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, disse hoje que poderá cortar novamente o juro básico, atualmente em -0,1%, se avaliar que é preciso mais relaxamento monetário. Também comentou que poderia elevar o programa de compra de ativos. Arrecadação A arrecadação de impostos teve uma queda de 10%, para R$ 91,8 bilhões em agosto, fazendo seu pior mês em sete anos. O recuo é é quase o dobro da redução de 5,8% verificada em julho deste ano. Na comparação com igual mês do ano anterior, a queda é a maior desde fevereiro de 2016 - quando foi de 11,53%. Ações em destaque Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes caem. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,79, -2,00%), Bradesco (BBDC3, R$ 28,39, -1,56%; BBDC4, R$ 29,79, -1,39%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,06, -1,07%) recuam. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark. As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são: Cód. Ativo Cot R$ % Dia QUAL3 QUALICORP ON 18,56 -4,08 ESTC3 ESTACIO PARTON 18,36 -3,11 EMBR3 EMBRAER ON EJ 14,27 -3,06 SANB11 SANTANDER BRUNT 21,90 -3,01 CSNA3 SID NACIONALON 9,07 -2,47 Também operam em baixa os papéis da Vale (VALE3, R$ 18,05, -0,77%; VALE5, R$ 15,62, -1,14%), junto com o desempenho positivo do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve leve alta de 0,35% a US$ 56,68 a tonelada métrica. Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 15,17, -1,04%; PETR4, R$ 13,59, -1,88%) caem depois de subirem forte ontem. No radar, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada na quarta, a Política de Dividendos e a Política de Indicação de membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal, do Conselho de Administração da Petrobras e dos participantes externos que integram seus comitês de assessoramento. As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são: Cód. Ativo Cot R$ % Dia FIBR3 FIBRIA ON 22,86 +2,10 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 10,55 +1,93 BRKM5 BRASKEM PNA 25,88 +1,85 CPLE6 COPEL PNB 34,77 +0,87 RADL3 RAIADROGASILON EJ 66,89 +0,44 Por outro lado, as ações da Braskem (BRKM5, R$ 25,88, +1,85%) seguem em alta após seu Conselho de Administração aprovar o pagamento de dividendos no valor de R$ 1 bilhão aos seus acionistas, o que corresponde a R$ 1,25715870797455 por ação (seja ela ordinária ou preferencial classe "A") e R$ 2,5143174159491 por ADR (American Depositary Receipt). Só vai ter direito ao provento o investidor que detiver ações da Braskem em carteira no fechamento do pregão da segunda-feira, 3 de outubro. O pagamento dos dividendos será realizado a partir do dia 11 de outubro. Ontem, durante o programa "Tendências", da InfoMoneyTV, o analista técnico Bo Williams, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da petroquímica nos R$ 25,33 - um pouco abaixo do fechamento de ontem. O alvo da operação é nos R$ 32,30, dando um potencial de valorização de 27%. O stop loss está nos R$ 22,30 (confira a análise clicando aqui). Bancos centrais No dia dos dados do PIB dos EUA, os mercados também se voltam para a fala da chaiwoman do Federal Reserve - o banco central dos EUA - Janet Yellen, às 17h. Ao longo do dia, dirigentes do Fed como Dennis Lockhart (Atlanta), Jerome Powell e Neel Kashkari discursam. Já o presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, falará hoje às 21h. Agenda doméstica A agenda doméstica também é movimentada, com destaque para o resultado do governo central que, segundo estimativa mediana da pesquisa Bloomberg, deve ter tido déficit primário de R$ 18,8 bilhões em agosto. Dado será divulgado às 14h30. A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, comenta o resultado em coletiva de imprensa às 15h00 em Brasília. Já o Conselho Monetário Nacional, CMN, se reúne e pode decidir a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para o quarto trimestre; a estimativa mediana em pesquisa Bloomberg é que ela seja mantida em 7,50%.

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