A Lava Jato desmentiu a Folha: Denúncia contra Lula NÃO usou delação rejeitada de Pinheiro.
O “caixa geral de propinas” já apareceu nos depoimentos de pelos menos quatro outros delatores No domingo, a Folha de S.Paulo meteu em sua capa que, ao denunciar Lula, a Lava Jato fez uso de informações da delação de Léo Pinheiro, mesmo após o acordo ter sido suspenso por Rodrigo Janot. No dia seguinte, a própria operação soltou uma nota desmentindo o jornal de São Paulo: “O Ministério Público Federal não usou qualquer informação de suposto esboço de delação do acusado Léo Pinheiro para a elaboração da acusação oferecida contra o ex-presidente Lula na última quarta-feira“.
Deltan Dallagnol e sua trupe foram mais longe e mostraram à Folha que a informação já era conhecida de pelo menos quatro depoimentos anteriores: “A existência do sistema de caixa geral de propinas já é conhecido pelas investigações há muito tempo, pois se trata do principal método utilizado para o controle do pagamento de propinas pelos partidos envolvidos com a corrupção na Petrobras. O uso do sistema é revelado, por exemplo, pelos depoimentos de Ricardo Pessoa em relação aos pagamentos efetuados pela empreiteira UTC em benefício de José Dirceu, pelas declarações de Delcídio do Amaral e pelos já conhecidos depoimentos de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, estes últimos em relação ao Partido Progressista. Tais depoimentos são corroborados ainda pelo modo como a corrupção funcionou em casos que já foram objeto de acusação e condenação.” As próprias prisões dos tesoureiros petistas seriam uma evidência de que o tal “caixa geral” era explorado pelo partido. De quebra, a sistemática já aparecia na condenação de José Dirceu: “Some-se o próprio fato de que todos os tesoureiros do Partido dos Trabalhadores desde 2005 estão presos pelo seu envolvimento em tarefas desse tipo. A sistemática do caixa geral foi, até mesmo, reconhecida na sentença condenatória de José Dirceu.” Para finalizar, a Lava Jato ainda se deu o justo direito de passar um sermão no jornal. E concluiu: “Os investigadores repudiam qualquer conclusão apressada sobre os fatos narrados na denúncia, convidando a população e a mídia para que tomem conhecimento da acusação na sua integralidade, inclusive dos inúmeros documentos que a ela se encontram anexos.”
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